terça-feira, 21 de maio de 2013

Fase Terminal

Esta é a história de uma velhinha de oitenta e tal anos e que cujo marido já partiu há uns anitos. Podia ser minha ou vossa avó. É uma velhinha já com os fios a fazerem curto circuito, com a pele engelhada do tempo, com um olhar distante parecendo que muitas vezes não está cá, com a repetição da mesma pergunta, um sem número de vezes, com medo sempre da solidão...

Foi uma senhora muito bondosa, que tinha sempre um prato de sopa para mais alguém que aparecesse, tinha sempre um miminho, um carinho para um neto. É uma pessoa querida aqui da terríola. E da qual gosto muito, considero-a quase minha avó, pelos anos de convivência.

Ora está senhora durante o fim de semana passado cismou que o marido estava lá ao lado dela, falava com ele e quando não estava, perguntava onde é que ele tinha ido. Seria o marido a chamá-la? Está a chegar a hora...

Disse aos presentes que estava a ver um campo cheio de flores, que era lindo o campo!!!  Já por várias vezes desmaiou, em anos anteriores e quando acordava, dizia sempre que via flores e uma luz branca. Definitivamente, esta senhora quando morrer vai para o céu!!! É mesmo ténue, esta linha que separa o mundo terreno do espiritual.

Claro que tudo isto é um pouco doloroso para os familiares que estão assistir a este quase fim. Uma pessoa que padecerá, não de doença mas sim de velhice. Uma senhora que será recordada pela sua bondade, pela sua amabilidade, pela sua simplicidade, pelo seu coração grande. Não admira que veja sempre flores! Que estranho que é a vida, não acham?

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